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Crise na Americanas. E o e-commerce?





Crise na Americanas. E o e-commerce?

O assunto do momento é a confusão toda envolvendo a Americanas.


 

Não vou aqui falar das questões de erros ou truques contábeis, etc. mas vou falar de uns assuntos que até envolvem essa situação, mas pensando também nos outros grandes players do mercado de e-commerce. O que quero é provocar algumas reflexões, e pensando sempre no bem do mercado de e-commerce.

 Estamos vendo o e-commerce crescendo, o faturamento crescendo, a migração de muitas vendas do varejo físico para o online e ao mesmo tempo, 90% do faturamento do e-commerce está concentrado nas mãos de apenas 10 lojas, e essas 10 lojas, pelos números que apresentam, normalmente estão rodando suas operações no vermelho, ou seja, não dão lucro. Mas essas grandes lojas, diferente das pequenas e médias, têm outras formas de adquirir recursos para investir em suas operações e até subsidiá-las, elas conseguem grandes financiamentos em bancos, no BNDS, Fazem IPO colocando ações para vender nas bolsas de valores, etc.

Agora vamos pegar dois pontos importantes:

1 - Qual o fator mais importante para um comércio?

Os clientes. Sem clientes, não há vendas, logo, o principal objetivo para qualquer comércio é conquistar clientes.

2 - Qual o principal diferencial do E-commerce?

É o cliente poder comprar e receber o produto sem precisar sair de casa.

Essa operação de logística para entregar os produtos para os clientes em suas casas tem um custo, e no geral, não é baixo. Administrar uma operação logística com vários pedidos acaba não sendo barato. Armazém, separação de produtos, transporte, etc.. tudo isso tem custo.

O que vimos acontecer por um bom tempo foi as grandes lojas transformarem o principal diferencial do e-commerce em brinde, e começaram as promoções de “Frete Grátis”. Por um bom tempo tivemos em muitas lojas o “Frete Grátis para todo o Brasil”.

É possível fazer frete grátis? Sim, claro, mas tudo depende do valor da compra, peso, quantidade, destino. Calculando com cuidado, claro que é possível, mas por um longo período, as grandes lojas atendiam a maior parte dos pedidos dando o frete como brinde. E como conseguiam isso? Subsidiando o frete com os investimentos que recebiam.

Tudo isso era feito para atingir o primeiro ponto: Adquirir clientes.

Mas convenhamos que, além de um poder de investimento em comunicação maior, que é um dos principais investimentos do e-commerce, o frete grátis abriu uma distância maior ainda para as pequenas e médias.

Vamos somar a isso, a questão dos marketplaces, modelo que a Amazon criou e que os grandes e-commerces do Brasil abraçaram com todas as forças.

Eu fiz um vídeo anterior onde falo que acho os marketplaces prejudiciais para o mercado como um todo.

Os pequenos e médios lojistas que entram nos marketplaces acabam abrindo mão do contato direto com os clientes, terceirizam isso para as grandes lojas, que cada vez mais centralizam o contato com os clientes nelas, aí vemos isso, 90% do faturamento do e-commerce nas mãos de 10 lojas.

As lojas menores abrem mão de poder dialogar diretamente com os clientes, de tentar fidelizar, de ter ferramentas para identificar o que eles querem, ou seja, passam o fator principal de um comércio para as grandes lojas.

O que acabamos vendo no final das contas é a não valorização do principal diferencial do e-commerce, a entrega em casa, e vemos as lojas investindo para “transformar a experiência online em uma experiência mais real”. Oras, se os clientes quisessem uma experiência mais real, eles iriam nas lojas físicas comprar, nada é mais real do que isso.

Bom, a provocação está feita.

Até a próxima.

 

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Fonte: MKTEAM - 03/02/2023