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Tendência: quais tecnologias vão equipar a loja do futuro?





Melhorar a experiência dos consumidores é o mantra mais repetido no momento pelas empresas de varejo para seduzi-los e fidelizá-los, principalmente depois do rolo compressor das redes sociais que deu mais poder aos clientes. E, tecnologia é o que não falta para ajudar as companhias a perseguirem esse objetivo. 

Uma demonstração do que a indústria de TI está projetando para gerar estímulos, perceber a entrada de clientes nos pontos de vendas e aumentar a interação durante o processo de venda foram as tecnologias exibidas durante a 103º Retail’s Big Show 2014, realizada esta semana pela National Federation Retail (NFR), em Nova York (EUA). 

O evento exibiu uma vitrine de novas tecnologias que estão sendo projetadas para equipar as lojas em um futuro não muito distante. Contou também com uma conferência com participação de executivos de grandes cadeias do setor, da indústria de TI e experts no assunto ansiosos em saber como usar melhor a TI para cativar sua clientela. Entre os quais estavam por lá os CEOs Terry Lundgren da Macy`s; Blacke Nordstron da Nordstron e Bert Jacobs da Life is Good, além de executivos do Walmart e diversos especialistas de TI e rede sociais, como Jack Dorsey, CEO do Twitter.  

Quem passou pelo estande da Microsoft teve a oportunidade de ver provadores virtuais onde os consumidores podem tocar na tela do monitor, escolher o seu número da roupa exposta na vitrine e saber como fica em seu corpo real com imagem 3D projetada por uma câmera. O sistema permite experimentar a cor preferida e até ver outras peças, sapatos e tipos de acessórios que combinam mais com o modelo escolhido, sem ser incomodado pelo vendedor. A mesma tecnologia pode ser usada por lojas de vestuário e de beleza para venda de maquiagem.

No mesmo local, um painel touch permitia ao comprador montar a sua prancha, de acordo com material, cor preferida e até grafitar um desenho ou frase de sua escolha. Depois de apreciar o produto pronto, ele tira uma foto, efetua o pagamento com cartão de crédito pelo mesmo monitor e depois é só esperar em casa a entrega da sua prancha customizada. A aplicação foi desenhada em cima da plataforma Kinect, a mesma usada nos videogames para Xbox da Microsoft

O painel touch, segundo Fábio Rebouças, gerente de soluções da Microsoft Brasil, oferece uma experiência única ao consumidor de construir seu objeto de desejo de acordo com o seu perfil, sem que precise falar com vendedor. De acordo com ele, a tecnologia pode ser adotada para venda de diferentes tipos de produtos.

Já a Motorola Solutions lançou um scanner inteligente, que identifica a peça escolhida pelo cliente ao entrar no provador e sugere acessórios e composições que combinem com ela. A empresa mostrou outras soluções para os varejistas, como dispositivos móveis que ajudam os vendedores a atender as necessidades dos cliente sem sair do lado deles, acessando informações de estoque, entregas e detalhes sobre os produtos. Também chamaram a atenção as soluções que conectam equipes e gerenciam comunicações entre elas.

No espaço da Intel o destaque eram as lojas inteligentes, onde monitores 3D verificam se o cliente está feliz ou triste e gera promoções de acordo com o seu estado de ânimo. No mesmo local, uma aplicação de Intelligent Coffee Bar exibia uma máquina de café que estimulava os órgão dos sentidos do consumidor. 

Com tela touch, a máquina inteligente possibilitava ao consumidor fazer o seu café com os ingredientes de sua preferência, como canela, baunilha, chocolate etc. Para despertar a vontade de consumo do produto, o equipamento exalava o aroma do café que estaca sendo preparado, imitindo sons de utensílios de cozinha, como das xícaras e colheres.

"Nada substitui a experiência do mundo real, mas algumas das tecnologias que vimos aqui dão para compartilhar entre lojas físicas e virtuais", afirma Marden Magalhães, gerente regional do Sebrae de Minas Gerais. Ele era um das pessoas que integrava uma missão do Sebrae Nacional, que levou 250 empresários para a NFR Retai'ls Big Show 2014.

Só o Sebrae de MG levou 31 empresários do varejo para conhecerem as tecnologias que podem ser adotas em seus negócios. Magalhães ressalta que algumas das novidades podem ser aplicadas aos pequenos comerciantes para gerenciar melhor o estoque e o perfil dos clientes, sem muitos investimentos. 

O executivo citou o exemplo do provador virtual, que dispensa uso de muitas araras para exposição das roupas. Para os que alugam espaços em shopping, há redução do preço do aluguel para exposição e estocagem. 

Essa tecnologia pode ser ideal aos lojistas que comercializam sapatos, segundo Magalhães. Ele observa situações em que os vendedores trazem umas dez caixas de sapatos para o cliente escolher apenas um. Com o monitor interativo, que mostra modelos, cores, esse número de caixas pode cair para três, uma vez que o cliente pode fazer o filtro no monitor e pedir para experimentar apenas os modelos que gosta mais.

Magalhães também acredita ser muito útil para o setor as tecnologias exibidas no evento que detectam na entrada da loja o sexo do consumidor. Uma câmara avisa quando está entrando um homem ou mulher no ponto de venda para que o vendedor seja mais efetivo na abordagem ao cliente e ofereça produtos personalizados. Ele menciona ainda o poder do Google Glass para o varejo, que possibilita fazer leitura do código de barras de produtos expostos e dar todos os detalhes sobre o item para estimular compras.

Atendimento personalizado 

As lojas do futuro vão perceber o consumidor quando eles estiverem próximos ou dentro do ponto de venda por meio de apps que eles mesmos vão instalar em seus smartphones. A partir desses aplicativos, os lojistas têm oportunidade de personalizar o atendimento e tentar fazer no mundo real o que a Amazon faz nas vendas online, tratando o cliente pelo nome e oferecendo a ele itens de acordo com o seu perfil.

Par participar dessa revolução, Sucharita Mulpuru, vice-presidente da Forrester Research, recomenda que os varejistas comecem a priorizar estratégias para dispositivos móveis. Durante painel na 103º Retail’s Big Show 2014 sobre tendências para o varejo digital, a analista observou que as margens dos produtos estão cada vez mais apertadas e que a mobilidade é a última milha para chegar ao cliente com mais eficiência.

Mas só isso não funciona se as companhias não tiverem informações de seus clientes. Lori Michell-Keller, vice-presidente sênior unidade global de varejo da SAP, destacou que as redes sociais mudaram as regras do jogo do mercado. 

Com mais de um bilhão de pessoas conectadas por diferentes dispositivos, acessando mais informações e com maior poder de decisão, ela recomenda que os varejistas se preparem para se aproximar desses consumidores. Os que se reinventarem terão oportunidades de se tornar bem-sucedidos e os que não acompanharem as mudanças correm o risco de desaparecer do mercado.

Um dos caminhos para o sucesso das marcas é conhecer bem os consumidores e personalizar o atendimento, aconselha Lori. Ela menciona a geração millenium, que tem um novo jeito de consumir e que precisa ser compreendido pelo varejo. 

Para conhecer os hábitos dos clientes e incrementar vendas, Lori considera que o Big Data é um grande aliado, pois os varejistas estarão mais armados para saber que produtos eles compram mais, o que gostam mais e tomar decisões mais rapidamente para os negócios. 

De acordo com a executiva, Big Data permite personalizar informações para os clientes. Entender o que eles estão buscando, saber quando algum item está acabando. "Há muitas oportunidades para os que conhecem o comportamento do consumidor, cuidam e se aproximam deles", destaca Lori.

 

Fonte: Computerworld - 17/01/2014